Investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por aplicar o “golpe do sofá” em diversos clientes na capital federal, Jeorge Michael Batista de Oliveira, 31 anos, apresentava-se, até o último domingo, como proprietário da empresa JM Móveis, em Santa Maria. No entanto, após as denúncias reveladas pela coluna, o empresário mudou o nome fantasia e a logomarca da loja em todas as redes sociais. A empresa passou a se chamar Sofá & Complemento.

Apesar das edições no perfil, todo o conteúdo, com supostos serviços prestados à clientela, foi mantido. A página conta com pouco mais de dois mil seguidores.

As ações cíveis de danos morais e materiais movidas contra a empresa se multiplicam, com pelo menos 17 processos em andamento. As ocorrências registradas em diferentes delegacias espalhadas pelo DF denunciam a prática do “golpe do sofá”, no qual Jeorge e seus comparsas prometem reformar o estofado de cadeiras, poltronas e sofás dos clientes; boa parte deles são servidores públicos.

Ao publicar fotos de belos móveis reformados no perfil da empresa, e garantir um trabalho de excelência e rapidez, o golpista consegue atrair uma vasta cartela de clientes. Porém, dias depois de fecharem o contrato e pegarem os sofás para a suposta reforma, os golpistas desaparecem no mapa com os móveis e o dinheiro.

Veja imagens da empresa e do estelionatário que aplica o golpe do sofá:

Mais prejuízo

Umas das vítimas ouvidas pela coluna, uma servidora pública de 33 anos, contou que viu o anúncio do estelionatário no Instagram e o procurou via direct. Ela queria reformar o sofá e negociou todo o serviço com o suposto empresário.

“Paguei R$ 980 de entrada, que era a metade do valor total. No fim das contas, fiquei com um sofá estragado, que eu precisei resgatar na empresa. Ainda tive que desembolsar mais R$ 2 mil para consertar tudo o que foi feito”, contou. De acordo com ela, o golpista age na companhia de outros dois homens.

Em outro caso, ocorrido em fevereiro deste ano, a vítima foi um servidor do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O padrão dos golpes sempre se repete: as pessoas são atraídas pelas postagens no Instagram, fazem um orçamento, entregam o móvel, pagam a entrada e nunca mais veem nem sofá nem dinheiro.

“Combinei de ele ir à minha casa pegar o sofá e concluir o orçamento. Ele levou os modelos de espuma e o mostruário de tecidos. Escolhemos os tecidos, a espuma e incluímos uma mola e a impermeabilização. Ficou acertado o pagamento de duas parcelas de R$ 975, uma entrada via Pix e o restante quando ele entregasse. Ele falou que entregaria em 20 dias, no máximo 30, o que nunca ocorreu”, disse.

A coluna apurou que o suposto estofador havia sido preso, em Alexânia, no Entorno do DF, por uso de documento falso, ainda em 2020. Ele ganhou liberdade provisória. A reportagem entrou em contato com Jeorge para falar sobre as denúncias.

Segundo ele, a empresa passou por dificuldades financeiras. “Infelizmente, tivemos alguns problemas com os fornecedores da nossa empresa. Porém, não queremos causar danos nem prejuízos a nenhum cliente, e nos colocamos à disposição para resolver a situação de cada um”, disse.

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