O susto com o “Peladão da madrugada” não foi apenas das pessoas que passavam por uma das ruas do Riacho Fundo I, nas primeiras horas do domingo (21/4). Os familiares do rapaz, de 33 varsta, ficaram chocados quando reconheceram o homem nas imagens que viralizaram. Ainda em surto e já vestido, ele foi amarrado a uma maca para ser contido por militares do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), acionados pelo irmão do rapaz.

O Metrópoles teve acesso às imagens do homem se debatendo enquanto estava deitado, mas não vai exibir em respeito à família, que também pediu para não ser identificada. Ele foi internado no Hospital São Vicente de Paulo, especializado em saúde mental, e deve ficar na unidade por pelos menos 20 dias, segundo a família.

“Essa é a quarta vez que meu irmão é internado. Ele sempre foi agitado, mas da pandemia para cá tem tido esses surtos”, detalhou o parente. Os dois moram em casas separadas, mas no mesmo lote a apenas 3 quilômetros de onde o irmão foi flagrado correndo nu.

“Parece que ele está em um intervalo. Fica um pouco bem, depois tem outro surto, depois fica bem”, detalhou. Ele contou outros momentos em que o irmão surpreendeu os familiares. “Ele sobe no telhado e corre no telhado; já pegou um Uber e pediu para levá-lo ao aeroporto, porque ia perder o voo, mas não tinha dinheiro para pagar o motorista e acabou na delegacia”, lembrou.

O homem também já entrou em uma concessionária e pediu para fazer test-drive em um carro, falando que compraria o veículo. Em outra situação, negociou com um vizinho uma motocicleta, mas não tinha como arcar com a compra e o irmão precisou intervir.

“A gente fica muito preocupado. Eu via comentários na publicação falando que ele merecia um ‘tiro na cabeça’ e só pensava que a pessoa estava mais doente do que meu irmão”, declarou. “Ele não está bem. Ninguém normal tira a roupa e anda na rua. Peço para que se alguém vir qualquer pessoa assim, chame a ajuda, não sai tentando bater”, declarou.

O homem faz acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial, mas nem sempre toma os medicamentos recomendados, segundo informações dos familiares. “A gente não sabe o que fazer. Minha mãe mora em outro estado e nem sabe o que ele fez, não contamos”, disse.

Na manhã de domingo, o irmão contou que não imaginava o que o caçula havia feito horas antes. “Não achei que ele estava bem porque estava varrendo a calçada com um pincel de pintar, mas ele estava vestido. Não podia imaginar mesmo. Só descobri quando me mandaram o link da matéria”, acrescentou.

Nu

Na madrugada de domingo, os ocupantes de um carro que passava pelo Riacho Fundo I filmaram um homem que investia contra os carros que trafegavam pela via. Assustada, uma mulher chegou a gritar, questionando se o ele “estava maluco”.

Gravado com um celular, o vídeo ainda flagra o momento em que um segundo indivíduo se aproxima e agride o homem que estava nu. Sem se importar, ele continua a olhar para o carro e chega a ensaiar uma corrida atrás do veículo.

Em seguida, o motorista acelera e deixa o homem para trás. Não houve registro de ocorrência sobre o fato.

Veja imagens do homem pelado correndo pela rua:

De acordo com o Código Penal, andar sem trajes e se expor para a comunidade pode ser considerado um ato obsceno, como mostra o artigo 233. “Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público: pena de detenção de três meses a um ano, ou multa.”

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