Um policial britânico é investigado criminalmente por causar a morte do brasiliense Cristopher de Carvalho Guedes, aos 26 anos. O jovem foi atropelado por uma viatura, em outubro de 2023, na cidade de Londres. O Independent Office for Police Conduct (IOPC), escritório independente que apura a conduta de policiais, concluiu o inquérito neste mês e enviou dossiê com as provas para Crown Prosecution Service (CPS), ministério público do Reino Unido. Agora, as autoridades vão avaliam se o agente deve ser formalmente denunciado ou não.

“Durante a nossa investigação, um agente da polícia foi informado de que estava sendo investigado criminalmente pelo potencial delito de causar a morte por condução perigosa”, informou o IOPC. O órgão ressaltou que o encaminhamento das provas não significa, necessariamente, que haverá acusações. A decisão cabe ao CPS.


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A ação pode transformar o policial em réu e analisar se ele será alvo de processo disciplinar. O Independent Office for Police Conduct (IOPC) afirmou que a família de Cristopher no Brasil tem sido atualizada ao longo da investigação.

O IOPC recolheu e revisou vídeos gravados pelas câmeras do uniforme policial e do painel do carro que ele dirigia. As imagens mostram que o motorista ultrapassou o sinal vermelho, com luzes e sirenes ligadas, para atender a uma emergência. Cristopher pilotava uma motocicleta quando, de repente, um carro oficial o atingiu.

Veja imagens:

O motociclista deu entrada na unidade de terapia intensiva (UTI) com vida, mas não resistiu. A vítima ia a uma lanchonete acompanhada do primo Wandeson Alves, 26, também brasiliense. Cada um dirigia a própria moto, mas apenas Cristopher se feriu. Ele teve uma costela fraturada e o pulmão perfurado.

Vida melhor em Londres

Cristopher de Carvalho Guedes nasceu no Gama, região administrativa do Distrito Federal, e buscava por uma vida melhor na Inglaterra, junto à esposa. Ele estava no país britânico havia mês, quando foi vítima do acidente. O homem fazia serviços de entregador com moto que possuía, mas procurava um outro emprego.

Ele era apaixonado por futebol e participava de diversos campeonatos amadores no DF e Entorno. Cristopher compartilhava cada conquista nas redes sociais – em uma das postagens, comemorou a marca de 19 títulos: “Enquanto uns menosprezaram, continuo escrevendo história”.

Religioso, o jovem era uma figura atuante dentro da igreja que frequentava, no Gama. Era comum vê-lo comandar cultos e fazer orações para todos os presentes.

“Ele estava muito feliz. Todas as vezes falava como lá [em Londres] era maravilhoso, que a comida era mais barata, que tinha lugares lindos, que ele morava ao lado de um estádio de futebol enorme”, relatou a irmã de Cristopher, Thaisa de Carvalho Guedes, 31.

Ela também disse que o irmão elogiava o tráfego da cidade: “Por incrível que pareça, ele dizia que o trânsito de lá era muito bom, que as pessoas andavam devagar e não corriam, como aqui no Brasil, que as pessoas eram educadas e não precisávamos nos preocupar”.

Thaisa acrescentou que Cristopher também queria levá-la para Londres e que a mudança estava planejada para o fim deste ano. Após a morte do irmão, porém, os planos foram cancelados. “Perdi um pedaço de mim em busca de um sonho lá”, lamentou.

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